segunda-feira, junho 29, 2009

Daniel Luis

Não conheço o Daniel nem vi o que publicou no blog que ofendeu os colegas de Departamento. Até pode ser que o que ele escreveu fosse ofensivo. Acredito que sim, senão seria difícil um departamento inteiro manifestar o seu repúdio.
A notícia correu pelos jornais nacionais o que não abona nada a favor da UM.
Será que nestes casos não se justificaria um tribunal arbitral interno, com professores independente, nomeadamente sem estarem envolvidos ou fazerem parte do dito departamento, de avaliar a justiça da pena que Daniel Luis está pelos vistos prestes a sofrer, o desemprego? Não é de facto normal não dar a um Assistente a possibilidade de ter mais um biénio para completar a sua tese. É no mínimo duvidoso que a anterior tomada de posição do Departamento não tenha influenciado a sua não aceitação desta prerrogativa dos Assistentes, que normalmente é um proforma.

sábado, junho 27, 2009

Debate em Azurém sobre o ECDU

A questão que aparece na última mensagem deste blog, foi posta aos representantes sindicais durante um debate que teve lugar ontem no campus de Azurém da UM. A resposta é que os Professores Auxiliares sem Nomeação Definitiva não têm qualquer protecção e poderão ficar no desemprego e os que têm a Nomeação Definitiva irão para o Quadro de Mobilidade especial que lhes assegura um emprego noutro lugar em funções semelhantes, mas pouco provável que seja no Ensino Superior visto que não há lugares.
Outra das informações prestadas por Manuel Carlos Silva da FENPROF foi no que respeita ao que se conseguiu para as Universidades em comparação com os Politécnicos. Embora considere que os docentes do Politécnico estão numa situação pior porque têm que fazer concurso para entrarem, alguns com anos de casa podem não assegurar o seu lugar, houve no entanto ganhos consideráveis no topo da carreira, com a introdução duma nova categoria o Professor Adjunto Principal. Durante o debate sobre este assunto, especulou-se que teria sido devido á pressão junto do Ministro do CSISP, Conselho Superior do Ensino Superior Politécnico, que junto com os presidentes de Câmara das várias cidades onde se situam os Politécnicos, terão pressionado o Ministro nesse sentido. Como esse lugar de Professor Coordenador Principal tem a mesma remuneração que o de Professor Catedrático, então podemos dizer que isso significa uma desvalorização da carreira Universitária, questão que também foi realçada por um dos organizadores do debate, o colega Fernando Castro, que questionou se a desvalorização de carreira duma maneira geral não vai significar que teremos menos candidatos de mérito aos lugares da Universidade que poderão optar como alternativa ao Politécnico? Pedro Oliveira frisou que a carreira do Politécnico na exige que o docente publique papers, nem outras formas de apresentação de resultados de I&D, pelo que não compreende como é que o topo da carreira Politécnica é equiparada á da Universidade, onde as exigências em termos de progressão é muito superior. Manuela Carlos Silva adiantou que há muitos Professores Coordenadores sem sequer terem doutoramento. Embora o Ministro exija que o lugar exija o grau de doutor, houve quem dissesse da assistência que até isso seria agora mais acessível, com doutoramentos conseguidos lá fora sabe-se lá como u até que o novo esquema do programa doutoral também facilitava a obtenção do grau, graças a Bolonha.
Enfim, está tudo feito para mais uma vez se desvalorizar a carreira docente Universitária sem a tornar mais segura em relação á estabilidade de emprego.
Não se percebe é porquê que os Reitores, tal como os seus colegas do CSISP não defenderam os interesses das Universidades. Talvez tivessem barafustado em relação ao Financiamento há uns meses atrás, mas em relação aos seus colegas...nada.
É lamentável como alguém disse da assistência, a situação de deslize que desde que o topo da carreira universitária perdeu em relação aos juízes, se tem vindo a verificar agora mais uma vez com este novo ECDU.

sexta-feira, junho 26, 2009

As Reformas no Superior levadas ao extremo

Imaginem uma conjugação de factores que este Ministro engendrou:

1-Um curso com menos de 10 alunos
2- um corte no financiamento das Universidades
3-O novo ECDU e o RJIES introduzidos pelo Ministro, já a funcionar

Agora imaginem que o Departamento responsável pelo curso tem um excesso de Professores. Vejamos uma conjugação possível de acontecimentos:
1º-O Reitor tem um orçamento apertado para gerir
2º-O RJIES refere que o Conselho Geral tem competência para extinguir Departamentos
3º-O ECDU estipula que os Professores sem "tenure" podem ser dispensados se houver restruturação de serviços

Será tudo isto não passa de uma grande coincidência?

domingo, junho 21, 2009

Avaliação e Competência

Avaliação e Competência: Alguém tem dúvidas que estão relacionadas?
Então porquê tanta contestação daqueles que são os formadores dos futuros engenheiros, médicos, professores, etc? Começando pelos Professores do Ensino Secundário que depois de terem "tirado" a sua licenciatura nunca mais foram avaliados. Estarão eles habilitados a ensinar as futuras gerações deste País? Sabemos como nos anos 80-90 formaram-se Professores aos milhares porque o número de alunos estava a crescer e nasceram cursos de Formação de Professores e Instituições de Ensino desses cursos, Públicas e Privadas, como cogumelos. Qual a certeza que esse processo de formação foi adequado? Não sendo um conhecedor dessa área, não me posso pronunciar com 100% de certeza, mas quando se trata de uma questão de atraso de séculos é sempre de desconfiar quando se tenta recuperar esse atraso numa dúzia de anos...Claro que sendo simultaneamente um bom negócio, nomeadamente para as Instituições privadas, que certeza temos que o negócio não se sobrepôs ao interesse superior da Educação?
Aliás o facilitismo começou logo á entrada. Muitos dos actuais Professores entraram para essas Instituições e mesmo para as do Ensino Público com nota negativa. É evidente que muitos, tenham entrado com nota negativa ou não, tornaram-se bons professores. Mas esses teriam muito a ganhar com uma avaliação e se o processo de avaliação implementado pela ministra é complicado e burocrático, porquê que os sindicatos não apresentam outro? è evidente para muitos que o que os sindicatos querem é uma vitória política e o que muitos professores querem quando contestam e se recusam a cumprir os mínimos duma avaliação Simplex, portanto já supostamente sem a burocracia e a complicação das propostas iniciais, parece ter só um objectivo: não querer qualquer avaliação!
Isto é como aparenta ser a intenção desses professores para quem está de fora. Se não é essa a intenção, então deviam explicar melhor os seus motivos e que avaliação querem, porque senão ficamos sem saber o que pensar.
Por outro lado, temos os exames, feitos por professores, que resultam cada vez mais em notas mais altas. Porquê? Será para concluirmos que afinal temos bons professores independentemente de não serem avaliados? Ou será uma forma de passar o problema da fraca formação dos alunos para o patamar seguinte, as Universidades e os Politécnicos? É que os Professores do Ensino Superior Universitário já se queixam que os alunos entram nas Universidades cada vez mais mal preparados...
Parece-me que a irresponsabilidade tem limites e é altura de todos serem avaliados como deve ser, os alunos e os Professores, sob pena de não termos no País recursos humanos para enfrentarmos o desafio da tão propalada sociedade do Conhecimento.
Aliás com a implementação do processo de Bolonha da forma como o foi, a avaliação pode-se adiar novamente para o segundo ciclo, uma vez que a avaliação contínua tende a ser feita em grupo, e não individualmente.
Oxalá me engane. Mas também já muito se disse que Bolonha não está a ser aplicada como se pretendia, mas antes a ser adaptada aos interesses de cada um.
E não será só em Portugal, mas isso não nos devia confortar porque já não competimos só com a Europa, mas como se gosta de afirmar repetidamente quando se fala em economia e globalização, competimos com todo o mundo.

quinta-feira, junho 18, 2009

Sindicatos do Ensino Superior Politécnico?

Os professores do Ensino Superior Universitário têm vindo a perceber que a luta dos sindicatos, nomeadamente do SNESUP, tem sido centrada no Ensino Superior Politécnico.
Pelo que percebi, o Ministro quer que a entrada de todos os docentes para o Politécnico seja por concurso, o que despoletou a viva contestação do SNESUP (ver por exemplo a discussão em redor deste assunto em Cassandra, disponibilizada pelo blogue Universidade Alternativa. )
Nas Universidades já é assim desde sempre, por isso não se entende muito bem este dispêndio de energia gasto nesta contestação. Por outro lado, o Ministro equiparou os Professores Coordenadores dos Politécnicos aos Professores Catedráticos das Universidades, nomeadamente no que respeita aos salários. Houve alguna contestação por parte dos Sindicatos a reclamar que devia haver uma actualização de salário dos Professores do Ensino Superior Universitário? Que eu saiba não.
Quando se formou o SNESUP, lembro-me que o argumento era que a FENPROF não servia os interesses os Professores do Ensino Superior, pois concentravam todas as suas energias na defesa dos Professores do Ensino Secundário. Será que agora também é necessário fazer um sindicato só para os Professores do Ensino Superior Universitário?
Todos sabemos os problemas de precariedade de emprego dos leitores. Mas no entanto não se ouviu na Assembleia da República esta semana, os deputados, que presume-se puseram as questões ao Ministro que os Sindicatos lhes entregaram, a pôr questões ao Ministro sobre os leitores ou outros docentes das Universidades da mesma forma e intensidade que o fizeram para os do Politécnico.
Nem a questão da tenure dos Professores Auxiliares mereceu destaque.
Infelizmente neste País quem "berra" mais é quem consegue alguma coisa, e ninguém está a "berrar" pelos leitores nem pelos Professores Auxiliares nem quaisquer outros do Ensino Superior Universitário. É a triste conclusão a que se chega com esta trapalhada toda das negociações entre Ministro e Sindicatos.
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domingo, junho 14, 2009

UNIVERSIDADES consideram insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira?

A Fenprof divulgou uma nota no seu site, com o título FENPROF considera insuficientes resultados da revisão dos estatutos de carreira e solicita negociação suplementar.
Lidos os resultados alcançados, e considerando a posição do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) veículada pelo Público (mais uma vez) no dia 9 deste mês, pergunta-se: E as Universidades, o CRUP; porque não se pronuncia sobre a sua satisfação com os resultados da negociação?

domingo, junho 07, 2009

O Ministro da Ciência e as experiências com o Ensino Superior

Muitos se lembram quando o actual Ministro era Ministro da Investigação Científica e o do Ensino Superior era outro. Dizem que ele não queria ser também Ministro do Ensino Superior. Agora percebe-se porquê. Não tinha jeito.
Na Investigação Científica o investimento soma e segue. No ensino, desce e emagrece.
O Ensino Superior mais parece que é para o Ministro uma experiência científica da sua área, a Física: estica, estica para verficar a elasticidade e a resistência da estrutura Universitária e dos Politécnicos, e a dos próprios professores.
O resultado não se sabe ainda, mas poderá até acontecer que o próprio investigador, o Ministro, consiga uma publicação numa revista da especialidade. Mas o problema é que a matéria prima remanescente (os próprios professores) pode escassear para futuras experiências..

terça-feira, junho 02, 2009

O novo ECDU (4) - Protesto 3 de Junho

Conforme se pode ler no site da Fenprof e nos e-mails entretanto enviados para toda a Academia pela Fenprof e pelo SNESUP, vai haver uma concentração em Lisboa de docentes do Ensino Superior organizada por estes dois sindicatos como protesto da posição irredutível do Ministério nas negociações com os sindicatos.
Embora um pouco em cima do acontecimento, com certeza devido à urgência da situação, finalmente os sindicatos estão a mobilizar-se. Mais vale tarde que nunca. Vamos ver se ainda se vai a tempo de evitar que se mantenha um Estatuto que tem como aspecto mais preocupante a precariedade do emprego docentes,nomeadamente dos leitores e dos Professores Auxiliares.