sábado, setembro 24, 2016

A classe média

Discute-se muito o que é a classe média, onde começa e onde acaba. Os professores são classe média? Normalmente são considerados classe média, pelo ordenado que auferem. Isto porque Portugal não tem classes baseadas na educação que tiveram e que demonstram como países como o Reino Unido por exemplo, mais concretamente a Inglaterra. Neste país os professores ganham mal, em relação por exemplo ao que alguém com um mínimo de habilitações, mas são considerados classe média. Também há a componente de trabalhar por conta de outrem, que ajuda a classificar alguém como classe média. Em Portugal há esta ideia que desde que tenha um carro, uma casa e os filhos a estudar, com um ordenado líquido acima dos 1000 euros cada membro do casal, são classe média. Independentemente de tudo o resto, baseando-se só no que auferem. Não entendo porque se fala de classe média com base só neste aspeto. A educação é importante e ao classificar a classe média só com base no que auferem, não há aquele objetivo altruísta que noutros países como a Inglaterra existe, de se ter orgulho de pertencer a esta classe. Embora este conceito possa ser considerado elitista, como não está tanto associado ao dinheiro mas à educação, querer ser da classe média é querer ter educação. E ao demonstrar essa educação, normalmente há mais civismo em relação à sociedade. Há muitos exemplos: respeitar filas e aguardar pela vez, falar baixo em lugares públicos, não incomodar outros de uma maneira geral sem razão para tal, pedir desculpa no caso de ofender alguém sem intenção, educar os filhos como os próprios foram educados ou quereriam ter sido educados, não dar tudo o que os filhos pedem mas dar o possível moderadamente, não exteriorizar sentimentos de forma a provocar sentimentos de pena noutros, e muito menos, regra de ouro da classe média, ostentar riqueza. Serão quase os mandamentos da classe média britânica que nós em Portugal teríamos muito a ganhar se os adotássemos. Com uma classe média com um número maior do que a que existe, baseada nestes critérios, talvez tomássemos atitudes que a todos beneficiaria, e vivêssemos num país com mais civismo. Ao considerar a classe média com base só no rendimento, os políticos usam e abusam do termo sem quaisquer benefícios para ninguém com frases como: a classe média está a ser prejudicada com impostos. Quem? E porquê que é importante não sobrecarregar a classe média com impostos? Será que a classe média merece ser poupada? Se eu fizer parte da classe média, a minha primeira reação é que sim. Mas só quero pertencer a essa classe por essa razão. Não porque ela é mais educada. Se for só por essa razão, a dos impostos, não deveria ser a razão para eu querer fazer parte dessa classe se fosse um jovem na idade de escolher um rumo para a minha vida. A educação deveria ser o estímulo, e assim talvez houvesse esperança para o futuro de termos um país melhor ou pelo menos com mais civismo.

quarta-feira, setembro 07, 2016

Como impedir praxes de alunos que representam a UM, fora do campus?

Sobre as praxes, o reitor e presidente do CRUP, António Cunha afirma em jeito de resposta ao ministro que mais uma vez envia uma mensagem escrita aos reitores num artigo do jornal Expresso, reproduzido no jornal Público, que não tem maneira de controlar as praxes fora da UM. Penso que o que ele quer dizer é que não tem vontade de fazer nada nesse sentido. Todos nós na UM presenciamos as praxes dentro da UM, embora silenciosas porque as outras mais barulhentas são mas imediações, do outro lado dos muros à vista de todos dentro do campus de Gualtar. Basta transitar entre os complexos pedagógicos 1 e 2. Até parece um jogo...de praxes suaves de um lado do muro, a praxes agressivas, pelo menos à dignidade, do outro lado. A conduta de alunos da UM deve ser, enquanto alunos, regulamentada, seja dentro ou fora da UM. Assim é para membros identificados com farda ou distintivo das forças armadas, polícias, entre outros. Se um aluno fora do campus está identificado com traje da UM pode e deve se reger pelas normas da UM, e se as normas proíbem as praxes, deve obedecer sob pena de ser punido. Seria tão simples como isso. Se quiser fazer as praxes, que as faça a título individual, como cidadão, mas não como futuro engenheiro ou doutor da UM, É lamentável que um futuro doutor ou engenheiro, seja visto como um "bully" ou no outro extremo, como um ser humilhado e despojado do seu amor-próprio e dignidade. Claro que membros da UM a servir de polícias para impedir que alunos trajados fizessem praxes fora do campus, não será fácil de implementar. Não se pode ter uma polícia militar como no caso dos militares. Mas havendo vontade, alguma forma de o fazer surgiria, até por acordo com as autoridades policiais, uma vez que a praxe pode ser considerada alteração da ordem pública, com o barulho que fazem e as obscenidades que gritam, e nesse caso a polícia poderia pedir identificação a quem estaria trajado e enviá-la à Universidade. Os polícias antigamente, quando as crianças partiam um vidro a jogar à bola, a polícia ia à casa dos pais avisar os pais para controlar os filhos. Neste caso, se os alunos da UM querem portar-se como crianças mal comportadas, deviam ser tratadas como tal.