sábado, julho 12, 2014

A ciência sem consequência



Têm vindo a ser frequentes as críticas ao financiamento por parte de institutos de I&D dos cortes de financiamento para a investigação fundamental. São de facto lamentáveis os cortes cegos nas bolsas que a FCT fez sem qualquer estratégia alternativa que concedesse financiamento alternativo à ciência, a não ser a promessa dos centros que passaram à segunda fase da avaliação serem financiados.

Mas quem mais se queixa?

 É quem mais recebeu nos últimos anos. Não é quem tem recebido pouco ou nada, que tem sido preterido ano após no financiamento, mas são aqueles que se pode dizer estava mal habituados. Muitos foram beneficiados através de programas especiais de financiamento "por atacado" a laboratórios associados e a institutos de I&D. O Centro de I&D que não estivesse integrado em laboratórios associados, não teria a garantia dos 10 anos de financiamento, mas teria 3 anos.

Claro que os centros de I&D tinham que estar sempre a candidatar-se a financiamento enquanto que os laboratórios associados não precisassem, sendo os seus orçamentos renovados quase automaticamente, não se conhecendo um laboratório associado que não tivesse o seu orçamento aprovado. Claro que nem todos os laboratórios associados eram de I&D fundamental e por não o serem não se queixam porque têm projetos com empresas como alternativa. Os outros, de I&D fundamental, sem outros recursos agora gemem. A questão é se um país como Portugal pode-se dar ao luxo de ter laboratórios de I&D fundamental, sejam institutos ou centros de I&D, totalmente ou quase totalmente financiados pelo Estado, na situação em que o País se encontra. Por muito que custe a estes “opinion makers” da ciência, constantemente convidados para programas sobre ciência, o que fazem pode ser muito interessante, mas o que o país agora precisa não é de “papers”, mas sim de ideias e de quem as ponha em prática. Biólogos às centenas a fazer I&D não vai resolver os problemas do país, por muito interessante que a genética seja. Desde que o genoma humano foi descoberto que não têm parado os cursos "bio" de se multiplicarem, ou de aumentarem s numeros cláusus, Depois vêm os doutoramentos nas áreas "bio" que tornaram o país num oásis para os "cocabichinhos". Não se esqueçam do que os rodeia, que é um país real com necessidades reais e muito mais básicas!  Portugal não é um país com capacidade de absorver as suas experiência, como os países das multinacionais, EUA, Suíça Alemanha, Reino Unido e França. Não, é um país pequeno e sem essa capacidade como é o nosso.