sábado, agosto 31, 2013

Empreendedorismo: aviso à navegação

O empreendedorismo é das apostas mais recentes das universidades e a Universidade do Minho em Portugal é pioneira nesta area. O progresso do empreendedorismo não acompanha no entanto o marketing do empreendedorismo; Há disciplinas de empreendedorismo em cursos de gestão e de economia, há workshops, eventos variados alguns com pretensos gurus, e há a promoção dessa ideia que pretende lançar a imagem de pessoas e instituições a seu reboque. No entanto quando alguém da universidade se aventura no empreendedorismo com um empresa spin-off, há um vazio no que concerne ao apoio da sua empresa, naquilo que a Universidade deveria de apoiar que será a defesa da tecnologia que a em que a spin-off se baseia, no caso de spin-offs de base tecnológica. Um professor que se aventure nessa senda, poderá ser ultrapassado por outros que para ele trabalharam como bolseiros, e que mesmo assinando um acordo de confidencialidade terão o caminho livre para utilizar essa tecnologia ou a entregar a outros sem que a universidade ou a spin-off tenha algum proveito dessa atitude leviana e provavelmente criminosa, no sentido de ter infringido um acordo legal, da pessoa que o faz. Infelizmente já existem casos recente que o provam. Não será altura das universidades se profissionalizarem com um gabinete jurídico dedicado a estes assuntos em particular, com juristas especializados nestas matérias do direito à propriedade intelectual e industrial? No caso da UM já constatei que existe ainda uma inocência por parte de professores que não dominando a componente empresarial, põem-se nas mãos de supostos empreendedores profissionais, que mais não querem que lhes sacar a tecnologia e daí tirar proveito para si próprios e seus correligionários. Ao contrário do que muitos destes professores pensam, um pedido de patente não e suficiente para proteger os seus interesses. Há toda uma negociação com esses empreendedores profissionais, que se munem de acordos parassociais que "entalam" os inventores/professores de tal forma que eles não podem mais tarde atuar para proteger os seus interesses. Se não houver uma subcontratação à universidade por parte de uma empresa, e aqui é preciso ter cuidado com os empreendedores profissionais oportunista que através de esquemas de programas QREN Vale I&DT se apoderam das tecnologias de professores incautos,  a patente pertence à universidade. É preciso também que se perceba que os direitos da patente são negociados pela universidade com empresas sem interferência do inventor, salvaguardando o direito de opção da de empresas spin-off, se existirem. A universidade de facto concede ao inventor/es as royalties mas é preciso ter em conta se a empresa não as paga, de nada serve; ou se a universidade vende por um baixo preço a patente, também não compensa ao inventor/inventores a sua venda. A meu ver o inventor/es deveria fazer parte da negociação com eventuais interessados, caso o inventor não queira avançar com a sua própria empresa e queira vender a patente. Fica aqui a sugestão.
Dito isto, não há dúvida que o empreendedorismo dá à universidade uma imagem positiva de se encontrar ligada ao mundo exterior e de contribuir para a inovação do país, fugindo um pouco daquela imagem de ser uma produtora de artigos e comunicações científicas que o comum do  cidadão não alcança  o sentido da sua utilidade. Também por isso a Universidade deve se esforçar mais e proteger mais aqueles que contribuem para esta imagem.

domingo, agosto 25, 2013

A lenta destruição do ensino público básico e secundário pelo governo e pelos próprios professores

As férias serviram para o governo aproveitar o período de desmobilização  para funcionários públicos em geral e dos professores do ensino público em particular e fazer uns cortes e aumentar os encargos das instituições públicas. Nos institutos públicos incluindo as universidades e as escolas vai obrigar a todos pagarem 23,5% do salário do trabalhador para a CGA, caixa geral de aposentações, e no ensino superior em particular vai obrigar a uma cativação de 10% do seu orçamento, (excetuando as Universidades Fundação). Mas o mais grave verifica-se no ensino básico e secundário: depois de aumentar o número de alunos por turma o governo vai dar cheques para as famílias poderem ter os seus filhos em colégios privados e vão financiar turmas de colégios mesmo que estes se encontrem nas proximidades de escolas públicas. Se isto não é ideologia da direita mais liberal o que será? Não é captação de receitas, não é austeridade, não é investimento na Economia: é pura ideologia. Não é só menos Estado, é a destruição do ensino público aos poucos. Os professores também não ajudam,. Os pais não querem os alunos no ensino privado básico e secundário preferindo se tiverem dinheiro os colégios privados porque os resultados são melhores o que se deve em grande medida aos professores serem melhores. No ensino superior isso não acontece sendo as universidades públicas as que obtêm melhores resultados. Porquê? Deve-se a meu ver em parte aos professores das universidades publicas, ao contrários dos do básico e secundário, serem sujeitos a provas para entrarem na carreira e para progredirem na carreira. Os professores do secundário não querem ser sujeitos a uma avaliação do mesmo género por isso não serão os melhores os selecionados e os resultados estão à vista. Os que estão instalados e que dominam os sindicatos prejudicam os mais capazes ao defenderem com unhas e dentes os seus privilégio, ou seja, o seu lugar. Há professores que entraram para a profissão com a nota mínima e mesmo esses não se sabe como obtivera o diploma e que classificação tiveram nas disciplinas que lecionara, só porque havia vagas na altura em que concorreram. Agora que não há vagas para todos, tem eu forçosamente haver critérios para haver equidade. Quem não percebe o óbvio é porque não quer e porque tem capacidade para estragar a vida aos alunos e pais com greves aos exames. Já conseguiram que  governo recuasse nos exames para outros que não só os professores contratados, conseguiram que se prescindisse da nota 14, bastando a nota 10 para ser admitido. Onde está o orgulho da classe? Nota 10 é a nota que os próprios dão aso seus alunos quando não os querem chumbar. Por aqui se vê a dualidade de critérios destes professores.

domingo, agosto 04, 2013

O mérito a quem o merece: colaboração com a indúsria e spin-offs da UM

A UM é das Universidades portuguesas a que mais contribui para o tecido industrial do País, Quem o afirma é a Reitoria e a vice-reitoria, conforme veio publicado no Público hoje e no Correio e no Diário do Minho ontem. No Publico dá-se como principal exemplo a empresa DST e referem-se alguns exemplos de novidades em empresas têxteis, transferidas pela Universidade, como por exemplo um fato de bombeiro que transmite sinais de perigo pro intermédio de sensores. Há no entanto dois exemplos que figuram no artigo do público que não tiveram origem na Universidade, sendo um do CeNTI -Centro de Nanotecnologias de Famalicão e outro na TMG automotive também há dúvidas se originou na UM. Com tantos exemplos de projetos e empresas bem sucedidas com origem na UM, não precisavam os repórteres de andar à pesca de projetos e empresas. Há a Impetus, empresa de prestígio de "underwear" que desenvolveu uma solução para incontinentes; há a Locatoni que fabrica equipamento de desporto para a equipa do Guimarães com propriedades de dry-release, mantendo o corpo seco; há a Endutex que produz revestimentos para outdoors e outras aplicações que inovou em alguns destes produtos em parceria com a UM. Quanto a empresas, não foram mencionadas spin-offs da UM, que embora não faturem tanto como a DST, são no entanto fruto do empreendedorismo de investigadores da UM. Não como a DST que já existia muito antes, sendo um negócio de família, não obstante com todo o mérito que merece um dos seus filhos por se ter formado na UM e ter uma visão de expansão correta, colaborando com a UM e alavancando a imagem da sua empresa desta forma.
A primeira spin-off de base Tecnológica da UM foi a Micropolis, fundada em 2001, agora Devan-Micropolis por ter sido vendida a uma empresa belga /(Devan), mas que continua a laborar em Portugal, no TecMaia, comercializando um produto inovador de acabamento funcional que garante uma temperatura constante de conforto junto ao corpo. Na venda a Universidade vendeu a patente que suportava a tecnologia, sendo a primeira transação do género efetuada pela UM. Foi um caso de sucesso em empreendedorismo com a empresa de capitais de risco, a PME Capital, a vender a sua participação, largamente maioritária, com lucro.
Há uma lista de spin-offs no site da Tecminho que vale a pena visitar para constatar que a vocação dos empreendedores da UM continua, com um número apreciável de spin-offs formadas nos últimos anos que procuram transformar o tecido empresenrial e industrial do Minho com uma maioria de empresas têxteis, metalomecânicas e de construção civil em empresas biotecnologia, química verde, materiais, software (onde a UM já tem tradição em empresas como a Primavera fundadas por ex-alunos), eletrónica, entre outras.
São estes os exemplos que nos devemos orgulhar, totalmente nascidos na UM !