sexta-feira, agosto 03, 2012

Fundações saem, fusões entram, no Ensino Superior

As notícias de abandono do regime fundacional por parte do ministro da Educação são mais em termos de nome de que de conteúdo, porque o que o ministro disse sobre a nova lei não é muito diferente do que se tem dito sobre as fundações: maior autonomia, maior independência de gerir os seus próprios orçamentos, património, etc. Resta esperar para ver quais as diferenças. Entretanto a Fundação Lloyd Braga foi considerada como tendo pouca atividade, menos de 50%, um dos critérios para o sue futuro financiamento. Na verdade, ninguém estranhará, até porque muitos nem ouviram falar de tal fundação. Quanto à fundação da Associação de estudantes, foi considerada como tendo zero atividade! entrevistados alguns reitores na reportagem a maioria exprimiu-se satisfeita com o acordo final, confiantes que podem gerar receitas alternativas. Gosto de ver reitores confiantes, mas sabemos que com a conjuntura atual não será nada fácil. O reitor do Técnico, Cruz Serra, em entrevista na televisão afirmou a dada altura que o investimento nas Universidades é estratégico para o futuro de qualquer país. Palavras sábias que não foram tidas em conta pelo governo ao cortar quase 3% do orçamento das universidades. Corte-se nas estradas, PPPs, forças armadas, e aumente-se os impostos aos rendimentos de capitais, heranças, e outras rendimentos que não são do trabalho. Mas não se corte no futuro! Isso era o que Cruz Serra queria dizer mas não disse por não ser um político. Aliás o reitor do IST, disse que as universidades não têm a força dos "lobbies" que normalmente as autarquias, por exemplo, têm. Não sei bem se será tanto assim...mas percebi a ideia. No entanto Cruz Serra não se pode queixar. A sua universidade pelo fato de se estar a fundir com a de Lisboa, a Clássica, vai receber fundos que outras universidades não recebem o que só abona a seu favor, pois teve juntamente com o seu colega da Clássica a coragem de avançar para uma fusão que lhe vai tirar protagonismo ao deixar de ser reitor. Não deixa de ser de admirar num setor constituído por capelinhas, em que cada um é um reizinho no seu cantinho (leia-se departamento, centro, Escola, Universidade).