quarta-feira, outubro 26, 2011

O País paralisado e adiado

Onde pára o Ministro da Educação? E da Investigação Científica? E do Ensino Superior? Parece que desde que houve eleições, nada foi planeado em relação ao Ensino Superior a não ser cortes financeiros. Aliás, é generalizada esta forma de governar nos vários Ministérios, dizem que fruto da crise. Por sua vez a crise é apontada como sendo causada pelo anterior governo. Mas por isso ele foi derrotado nas eleições para que este fizesse alguma coisa. Não para ficar tudo parado! Por quanto tempo vamos esperar para que saiamos deste período de nada fazer para o futuro a não ser cortes e impostos por causa do défice? Estamos paralisados e o pior é que isto é contagiante. Ninguém se mexe. Os bancos não emprestam às empresas, as empresas tentam sobreviver sem investir e o Ensino duma maneira geral está imutável a viver uma época de incertezas. No Ensino Superior os cursos não têm saídas profissionais para tantos alunos; em muitos cursos os alunos passam pelo sistema em mitos casos sem conhecimentos práticos. No Ensino Secundário, os alunos não têm rendimento, sendo notória a vantagem dos alunos do privado. Muitos dos professores foram eles próprios nos seu tempo alunos fracos não podendo portanto em teoria formar bons alunos. O que é que o governo faz? Incentiva o Ensino privado em vez de investir na qualificação e na avaliação dos professores, cedendo em grande parte às exigências corporativistas da classe no que respeita à avaliação.
Seria necessário um Estadista da craveira do Churchill para mobilizar o País! Os nossos estadistas também prometem sangue suor e lágrimas mas não para a vitória, como prometeu o Churchill, mas antes para …pagar um défice. Precisaríamos de um povo sem esquemas mas com vontade de vencer e com auto-estima, que parece ter desaparecido ao longo das décadas, mas que sabemos que já existiu quando os portugueses "deram novos mundos ao mundo". Nessa altura a periferia da Europa não era o sul mas sim o norte, sendo a Finlândia o extremo mais pobre da Europa. Agora dá-se ao luxo de vetar o acesso aos fundos por parte do País que não há muito tempo lhes enviou roupas e agasalhos após a grande guerra mundial e que muito antes disso era um país evoluído para a época enquanto que eles andavam a pastar as renas.
Temos que ter um orgulho colectivo que por exemplo os americanos têm e até os nossos vizinhos espanhóis têm. E nós não temos porquê? Não será pela nossa história. Será por sermos os mais pobres da Europa do euro? Mas então porque têm os indianos orgulho quando são muito mais pobres que nós? É algo que os analistas e historiadores terão que explicar às gerações vindouras. Nessa altura espero que a nossa geração não seja culpabilizada por não saber dar a volta à situação de estagnação em que vivemos. O Ensino tem uma responsabilidade acrescida para uma mudança, formando os futuros cientistas, engenheiros, gestores e administradores de forma a que possam eles próprios fazer essa mudança. Mas para isso nós no Ensino também temos que mudar de atitude, e isso não está á vista. Também não ajuda um Ministro ausente e ainda sem estratégia para o Ensino Superior.