domingo, agosto 15, 2010

Crónica de viagem de férias-15 minutos que marcam

Todos os anos vou ao Algarve mas ao contrário de muitos portugueses só vou por 3 ou 4 dias, para dar uns mergulhos na água mais quente de Portugal e para rever amigos e familiares que por lá também andam. Já lá vão os tempos em que passava duas semanas de praia intensa, normalmente em Cabanas de Tavira. Gosto mais daquele lado do Algarve por ter a Ria Formosa pelo meio, o que nos obriga a atravessá-la de barco para chegar à costa, em si uma experiência agradável. Nos últimos anos alternei com a Manta Rota, para não perder tempo a atravessar a Ria e para não ter que esperar pelo barco. Embora esta praia seja também muito agradável com água a temperaturas muito confortáveis, a muita gente que lá vai, faz desta praia uma espécie de aglomerados de corpos dispostas entre as zonas concessionadas como se fossem sardinhas em lata. Claro está que eu ia para a periferia destas zonas mas mesmo assim tinha que colar-me aos guardas-sol num dos lados. Não sei como celebridades como o Passos Coelho escolhe esta praia para passar férias mas suponho que não terá que ir para a periferia das zonas não concessionadas para espetar a sua sombrinha ou guarda-sol.
Este ano decidi voltar a atravessar a Ria, desta vez na Fuseta (ou Fuzeta) uma vez que a travessia é muito rápida e os barcos partem todos os 15 minutos e demoram também 15 minutos a atravessar a Ria. A praia, que eu não conhecia, é excelente e melhorou muito desde que as casas e barracos forma deitados a baixo pelo temporal e agora pelos bulldozers. Recomendo vivamente esta praia a quem não procure celebridades, porque não as há. Ora os 15 minutos fazem-me ainda lembrar o bocado das férias que se seguiu que era um viagem à Escócia, aproveitando umas milhas e fazendo as reservas em hotéis pela internet, portanto umas "self-catering holidays" duma semana.
Acontece que os bilhetes foram marcados para Londres com mudança em aeroportos diferentes, Heathrow e Gatwick, para seguir para Edinburgo. O vôo chegou atrasado a Heathrow e o tranfer seria por nossa conta, tendo eu que adquirir os bilhetes num guiché da National Express, perdendo algum tempo para tal e correr para o autocarro que partia todos os 15 minutos. Claro que quando chegámos a Heathrow o check-in já tinha fechado há 15 minutos. Felizmente "deram-nos" bilhetes para o vôo seguinte.
Sobre as férias não vou dizer muito somente referir que gostei bastante o suficiente para querer voltar. Além de Edinburgo ser um cidade espantosa, toda em pedra sem edifícios como as Amoreiras em Lisboa a estragar a fotografia, havia o "Fringe Festival de Edinburgo" que dá para todos os gostos (fomos só ver uma peça de teatro mas há quem vá todos os dias a mais que um espectáculo).O único senão é a multidão, muito como na Manta Rota, só que vestida e entalada numa Avenida conhecida pro Royal Mile, em vez de entalada entre zonas concessionadas de "Royal Sand" (único sítio onde se vê areia). Á volta partimos para Londres-Heathrow e chegámos atrasados 15 minutos. Foi o suficiente para perder o autocarro que nos levara a Gatwick porque mesmo com o bilhete pré-comprado obrigaram-me a ir para a fila comfirmar o lugar, quando não havia lugares marcados! O autocarro que apanhámos ia vazio o que significa que o exercício de marcar o lugar foi dispensável. Quando chegámos a Gatwick a mesma história: perdemos o avião, por 15 minutos (a funcionária disse que o check-in tinha fechado há 20 minutos, mas eu quero crer que sendo sexta feira 13, tinha sido mesmo há 15 minutos). Depois de muito argumentar, emitiram novos bilhetes para o dia seguinte, mas não deram voucher para o hotel argumentando que 3 horas é tempo suficiente para mudar de aeroporto. Gostaria que alguém da TAP fizesse o exercício de mudar de aeroporto nas circunstâncias que enfrentámos para provar que é possível. A propósito a TAP não permite fazer o check-in directo de Edinburgo para o Porto, porque não se responsabilizam da bagagem chegar a tempo na mudança de aeroporto! Mas para os passageiros já admitem que é perfeitamente possível. Façamos as contas: a viagem leva 1 hora e meia de autocarro; o check-in tem que ser pelo menos meia hora antes. Esperar pela mala, ir para a fila confirmar o bilhete, outra meia hora. Resta-nos meia hora de corrida entre terminais, isto se não houver atrasos nos aviões, o que no nosso caso aconteceu, tanto na ida como na vinda.
Mas resta-nos a consolação que nos puseram sempre no voo seguinte, o que não me aconteceu quando viajei com a Easy-jet, pelo simples motivo que as low-cost estão sempre cheias. Dessa vez, em Junho, fiquei em terra.