sexta-feira, abril 24, 2009

A conclusão dos estatutos das Escolas e o género dos cooptados

Na semana que passou, muita tinta correu sobre a ausência de mulheres entre os membros cooptados e pouco se comentou os Estatutos da Escola de Engenharia. Começando pelos Estatutos, uma vez que é o que inspira menos comentários e deixando o mais picante para o fim, não me surpreendeu o que foi formulado, uma vez que como já tinha previsto, o essencial já estava decidido e só faltava preencher o texto com mais pormenor por baixo de cada título. Os Departamentos ficaram como estão e os Centros também. Era aqui que se poderia ter feito algo, mas não se fez. O resto já se sabia: Directores de departamento no Conselho de Gestão sem direito a voto, Directores dos Centros representados no Conselho Científico, eleições por listas para os diversos orgãos, etc. Não se optou por membros externos para o Conselho de Escola e essa decisão foi anterior a toda a polémica que entretanto veio para a um-net sobre os cooptados do C.G. É pena, uma vez que nas Engenharias seria muito útil a opinião de empresários e industriais sobre a empregabilidade nos cursos ou a relação Universidade - Indústria, por exemplo. Houve um acto singelo que me despertou a curiosidade que foi o e-mail enviado a informar que não se incluiria nos Estatutos a obrigatoriedade do Presidente de Escola ter exclusividade. É estranho que se tenha sentido a necessidade de estabelecer este grau de liberdade! Pelo menos assume-se que é necessário que fique claro entre ter ou não exclusividade, o que não acontece regra geral. Ao passarmos por gabinetes vazios em determinados departamentos, fica a sensação que essa exclusividade não existe em muitos casos, e no entanto não há a necessidade de a declarar. Porquê neste caso?
Quanto aos membros cooptados do C.G., o facto de não haver membros cooptados do sexo feminino atribuo a esse não ter sido um critério, uma vez que não estava especificado nos Estatutos. Mais do que essa "falha", suponho que ninguém ainda notou que os membros cooptados são personalidades ligadas à banca (sendo a banca um sector muito criticado pelo seu papel no despoletar da crise) á justiça (da qual ninguém se orgulha), á indústria (menos mal), na ciência temos alguém que virá de propósito dos EUA ás reuniões do CG, temos alguém que está ligado à Universidade Católica e ao Porto, e por último temos alguém ligado á cultura dum museu...do Porto. Nada mau. E ainda falam da falta de mulheres? Concordo mas também diria que temos falta de inspiração e de representatividade regional! Para colmatar estas lacunas, eu punha a Maria José Morgado na justiça, da banca não punha ninguém e talvez o substituísse pelo arquitecto Souto Moura (responsável pela muito do que se fez na recuperação do Centro histórico de Guimarães e pela obra de arte que é o estádio do Braga), um Matemático ou Físico português que esteja em Londres, Paris ou outro Centro Europeu de excelência como cientista (sempre é mais perto que os EUA), A Elisa Ferreira em vez do Braga da Cruz (embora seja candidata à Câmara do Porto fez mais pelo Vale do Ave onde o Pólo de Azurém está inserido que o Braga da Cruz no período que o antecedeu como Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte), e na cultura alguém ligado ao Museu Alberto Sampaio de Guimarães, também ligado ao pólo de Azurém. Ao menos as sessões seriam de certeza mais animadas do que as que se adivinham com personalidades como o Laborinho Lúcio e o Braga da Cruz que, por muito mérito que indubitavelmente têm, não são conhecidos pelo seu magnetismo pessoal...