quarta-feira, dezembro 24, 2008

Ventos de mudança para os professores da UM

Tal como há 30 anos atrás, 1978, a Universidade do Minho está em mudança. Na altura, os Estatutos da Carreira Docente estavam a ser elaborados e a orgânica da UN estava a ser delineada e implementada. Lembro-me de integrar um conjunto de colegas que foram a Aveiro discutir os Estatutos. Lembro-me também de liderar juntamente com o colega Manuel Pereira dos Santos um movimento de Assistentes que exigiam a sua integração no então Conselho Pedagógico da UM. Cheguei a levar 50 assinaturas dos Assistentes (na altura eram quase todos) em mão ao então Reitor da UM, Lloyd Braga. Não serviu de muito, uma vez que a petição "perdeu-se" e tudo continuou na mesma. Talvez alguns desses colegas que integraram a lista na altura, agora já Professores Associados e Catedráticos na maioria, se lembrem desses tempos e se revejam na luta que se segue: por um modelo de Universidade mais justo e por uma hierarquia mais consciente dos problemas com que se deparam os membros da Universidade mais novos e das justas aspirações de muitos desses colegas. Nem todos aspiram a participar na gestão da "coisa pública", mas é necessário dar-lhes essa possibilidade. A governação não pode ser só de alguns como tem sido nos últimos anos, mas deve ser participada pelo maior número possível de membros da Academia: docentes, estudantes e funcionários. Infelizmente os Estatutos da UM já foram feitos para tentar perpetuar a oligarquia que tem gerido a UM nos últimos anos. Já me pronunciei noutra ocasião sobre o facto dos funcionários terem sido reduzidos ao mínimo nos vários orgãos da UM. Este facto não deve ser alheio aos resultados de eleições ocorridas para a Assenbleia e para o Senado em que a lista dos funconários não alinhados com a reitoria teve uma vitória esmagadora sobre os outros claramente alinhados com a reitoria. Por outro lado, os estudantes são representados nos vários orgãos pela Associação dos Estudantes e não por eleição directa o que se presta a várias interpretações, uma vez que esta forma de representação não foi explicada. Porque não a eleição directa tal como acontece para os professores e investigadores? È óbvio que a Associação é corporativista e pensa em primeiro lugar nas vantagens que pode tirar de uma hierarquia já implantada nos vários serviços que lhes interessam, nomeadamente os SASUM e outros com quem lidam directamente, do que propriamente em propostas de elementos recém-chegados ao Conselho Geral, por exemplo, que não dão garantias de servir os seus interesses ainda na vigênca dos eu mandato. Infelizmente temos que ser realistas e admitir que não há garantias dos estudantes pensarem em valores que são talvez os mesmos de membros de outras listas, embora haja sempre excepções, mas em quem está melhor situado para os apoiar nos próximos tempos. Não será um problema da actual Associação mas de todas, ou quase todas, as que lhe antecederam também. A Associação quer mostrar serviço aos seus associados, e não estará muito preocupada em questões mais relacionadas com o ensino e a investigação e muito menos com a ligação da Universidade à "sociedade civil" e ao meio industrial. Será isto menosprezar a actuação da Associação? Infelizmente muitos anos de constatação do que foi a sua actuação na UM levam muitos de nós professores, a pensar desta forma.
Assim, conclui-se que só podemos contar connosco: os professores e investigadores, uma vez que a reduzida representação dos funcionários e o corporativismo dos estudantes pode mais uma vez garantir a maioria à lista afecta ao reitor nos novos orgão da UM, nomeadamente no Conselho Geral, tal como garantiu na Assembleia Estatutária, mesmo tendo perdido para a lista de professores que se lhe opôs.
Por isso é importante que todos aqueles que não concordem com o estado acual das coisas,votem, uma vez que do outro lado estarão todos instruídos para o fazer.